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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Um poema


A MALETA

Lembro de quando criança
Guardava numa maleta
Sonho e esperança
Que tinha na cabeça

Arrastava-a com todo cuidado
Parecia meu travesseiro
Quando estava preocupado
Ela sabia primeiro 

Não era assim tão nova
Muito tinha viajado
Suas marcas davam provas
De quanto tinha andado

Às vezes nas tardes chuvosas
Em casa, tinha que ficar
Ela sempre generosa
Abria-se pra eu brincar

Tirava cadernos e livros
Bilhetes ali jogados
Com irmãos ou amigos
Brincava sossegado


Um dia sem me perguntar
Dela tudo tiraram
E quando fui procurar
No lixo a tinham jogado

Disseram que estava velha
Uma mochila eu ia ganhar
Escondido chorei por ela
Que um dia me ensinou a pensar

Pra onde ela foi eu não sei
Só sei que o tempo corre
Nunca esqueci o que sonhei
Esperança, a última que morre.

Jurandi Alves Siqueira






















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